sexta-feira, 8 de março de 2013

RIVED

Fui procurar saber sobre algumas políticas de desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para a educação e dei de cara com o RIVED. Trata-se de um programa ligado à antiga SEED (Secretaria de Educação à Distância) e tem como objetivo a criação de materiais pedagógicos digitais, aplicativos, etc., a serem utilizados como ferramentas para estimular o raciocínio lógico e o pensamento crítico dos estudantes. Maiores informações neste link aqui:


Só fiquei um pouco confusa porque não encontrei grandes informações a respeito do projeto após 2008. Alguém sabe que fim levou?

sexta-feira, 1 de março de 2013

Leitura

"Onde será que eu estava com a cabeça no dia em que decidi trabalhar escrevendo sabendo que moro em um país onde as pessoas não leem?"
Rob Gordon, blogueiro e jornalista, por Facebook

Toda vez que eu vejo alguém reclamando que ninguém mais lê nesse país, a sensação que eu tenho é de que, para essas pessoas, gostar de ler é um negócio que só existe se um livro ou um texto de no mínimo 250 palavras estiver envolvido.
Acho meio incabível falar-se em falta de leitura numa sociedade em que os jovens, em sua maioria, preferem conversar por SMS ou WhatsApp do que por telefone. Não existe não-leitura numa sociedade hipertextual, onde, se você está na internet, você está, de alguma forma, lendo alguma coisa.
Não faz sentido, simplesmente, dizer que as pessoas não querem mais ler enquanto a Amazon, a Sony e a Kobo inundam o mercado com seus eBook readers.
Clique para ver maior
 Todo mundo lê, hoje em dia. Talvez até um volume de informação maior do que as gerações passadas. O problema todo reside no fato de que ninguém mais se preocupa em transformar esse hábito em algo produtivo. Como, por exemplo, de fato criar um hábito.



Quem sabe assim, criando-se um hábito de leitura, não nos tornemos melhores leitores e, por conseguinte, melhores produtores de conhecimento?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O público, o privado e o absurdo

Há 10 anos, quase uma vida atrás, eu tinha um fotolog. Como, aliás, quase todos os seres humanos que tinham entre 14 e 17 anos e acesso à internet na época. E, como quase todo ser humano com algo entre 14 e 17 anos deveria ser, eu era sutilmente vigiada nas minhas atividades online por meus pais.

Viral da Prestobarba?
No dia em que meu pai descobriu meu fotolog, acho que, a cada 10 frases que eu ouvia dele, 9 eram "você se expõe demais".

Me pergunto como meu conservador (porém, à época, certíssimo na crítica) pai lidaria com as atuais tecnologias de compartilhação de vida pessoal. Vivemos em uma época em que não precisamos mais ser famosos para que milhares de pessoas tenham acesso a tudo que fazemos ou planejamos, e o pior (ou melhor): somos nós mesmos que damos esse acesso, que divulgamos. Somos nossos próprios paparazzis, indo na contramão das celebridades que tanto almejamos e que muitas vezes só querem ter um pouco de privacidade.

Twitter. Facebook. Instagram. Estes são apenas três dos meios que temos para tornar tudo o que somos público. O mundo inteiro, através destas e outras ferramentas, se tornou uma enorme, gigantesca, desproporcional província onde nem precisa ser uma tia velha fofoqueira para saber tudo da vida de todo mundo.

#MãeTrazOPapelHigiênico
Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que isso está errado, porque sou a rainha do oversharing* online. Mas vou admitir que falta um pouco de bom senso entre as pessoas, e aqui me incluo no pacote.

Basta dar uma breve fuçada nos mais famosos serviços de compartilhamento de informação para encontrar pérolas, no mínimo, indizíveis. Fotos extremamente íntimas no facebook e no instagram, excesso de informação no twitter por parte de famosos, postagens pessoais constrangedoras...

Não é que eu seja contra o uso das redes sociais. Pelo contrário, até: acredito que, se utilizadas de maneira adequada, elas facilitam e incentivam a melhor comunicação entre as pessoas e as instituições, além de tornar quase impossível esconder alguma informação uma vez que tenha sido vazada. Prova deste último detalhe de uma maneira que deu muito errado foi o escândalo das fotos de Carolina Dieckmann, e também o caso Julia Bueno - por mais que tenha havido um grande esforço para abafar o caso e sumir com as tais fotos de circulação, ainda hoje é possível encontrá-las com uma simples busca no Google, mesmo as sem censura.

Infelizmente, a mesma energia colocada na divulgação de futilidades e constrangimentos alheios não é aplicada em áreas mais úteis. E eis aí toda a minha crítica.

Redes sociais não são o demônio. Porém, já passou da hora de deixarmos de lado o hábito de utilizá-las exclusivamente como brincadeira e aprendermos a tratá-las como ferramentas que podem - e certamente vão - funcionar muito bem a nosso favor.


Texto que inspirou a postagem:
LÉVY, Pierre. A Esfera Pública no Século XXI

Imagens que ilustram o post:
Instagram da Depressão

* Oversharing: termo em inglês que, grosseiramente, significa compartilhar mais do que deve.